O Alpha é porta de entrada e de encontro para crentes, não crentes e “indecisos”.
Fiz o Alpha no final de 2021.
Nessa altura, o objetivo era que algumas pessoas da paróquia de Fafe pudessem ter a experiência de fazer um Alpha para que, num futuro próximo, ajudassem a organizar essa possibilidade em Fafe. Imbuída de um espírito de renovação, fiquei logo entusiasmada com essa oportunidade.
Foram, então, onze semanas em que, juntamente com a presença constante e o espírito incansável dos nossos párocos, Pe. José António e Pe. Vítor Araújo, rumámos para Braga todos os sábados à noite. Apesar do entusiasmo de ir fazer algo novo e diferente, confesso que, no início, não acreditava que fosse “aprender” muito por achar que o Alpha era algo mais dirigido a pessoas que estão afastadas da Igreja. Mas enganei-me! Apesar de estar envolvida na paróquia há vários anos, a verdade é que aprendi muita coisa para a minha caminhada de fé e de vida cristã: o poder e a força da oração em conjunto, outras formas de louvar e cantar, a importância da atenção e do amor dos outros, a presença do Espírito Santo…
O Alpha é um tempo e um espaço de escuta e de partilha. Em cada encontro, é-nos dada a possibilidade de ouvir e falar abertamente, sem críticas ou julgamentos, sobre um tema que nos é apresentado e que explora a Fé Cristã.
Qualquer pessoa pode fazer um Alpha, qualquer pessoa é bem-vinda, esteja ou não ligada à vida da paróquia, seja ou não crente. Na verdade, o Alpha é porta de entrada e de encontro para crentes, não crentes e “indecisos”. Uma oportunidade para pessoas diferentes partilharem perspetivas e opiniões sobre as questões centrais do Cristianismo e as suas implicações para a forma como escolhemos viver as nossas vidas. Para os crentes, como eu, é uma excelente oportunidade para refletir sobre a nossa fé, as nossas dúvidas, numa lógica de renovação interior e de reaproximação à mensagem central de Jesus. E, sobretudo, elevarmos o nosso sentido de comunidade.
Para mim, o mais bonito do Alpha foi o acolhimento e a escuta que senti de outras pessoas com as quais fui criando relações próximas ao longo dos onze encontros semanais, no pequeno grupo onde me inseriram. Um acolhimento especial e genuíno, um acolhimento que não é prática comum nas nossas comunidades. E é muito bom perceber que, quanto mais escutamos e somos escutados nas nossas fragilidades e dúvidas, também nos compreendemos e aceitamos melhor, apesar das nossas diferenças. Afinal, é muito maior aquilo que nos une do que aquilo que nos pode separar.
Mas, para além de tudo o que eu ou outras pessoas possam testemunhar, o Alpha é, na verdade, uma experiência muito pessoal pois cada um o vivencia à sua maneira. Para mim, o Alpha foi e é, sobretudo, relação. Aprofundar ou construir a nossa relação com Jesus e com os outros. E nessa relação houve canção, houve abraços, houve sorrisos, houve palavras amigas, houve mãos dadas, houve silêncio, tudo sempre em grupo. Nunca sozinhos. O Alpha pode ser o ponto de encontro na construção de uma comunidade renovada que se quer mais em relação e em comunhão, onde as pessoas nunca se sintam sozinhas.
Então, pensem nisto e sintam-se convidados(as) para o próximo Alpha. Nós cá estaremos para vos acolher.
Abraço.
Dionísia Tavares
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