Grupos Semeadores de Esperança | Tema VI
(At 28, 11-31)
A maneira como acolhemos diz o desejo que temos em acolher. Acolher não é só abrir a porta, é ir ao encontro daquele que vem ao nosso encontro. Para acolher em minha casa, eu devo deixar a minha casa para fazer pelo menos a parte final do caminho daquele que vem ao meu encontro.
ORAÇÃO INICIAL
Senhor que fazes novas todas as coisas, renova-nos!…
Renova-nos, para que oiçamos a Tua Palavra e a ponhamos em prática.
Para que guardemos no coração tudo o que não entendemos. Para que rezemos, com abertura de alma, todas as nossas dúvidas e os pecados da Tua Igreja. Para que dêmos tempo à lentidão humana de corresponder à Tua graça.
Renova, Senhor, a nossa alegria, para trabalharmos, cheios de entusiasmo, no Teu reino.
Renova a nossa solidariedade, para que a esperança chegue aos
desanimados.
Renova a nossa lucidez, para encontrarmos o sentido nestas horas de neblina e de buscas imperfeitas.
Renova a nossa confiança, para aceitarmos os Teus enviados.
Tu que fazes novas todas as coisas, respondes à nossa sede. Que saibamos que só Tu és a nascente da água viva!…
Amen.
LEITURA DO TEXTO (At 28, 11-31)
11Volvidos três meses, tomámos um barco de Alexandria com o emblema dos Dióscoros, que tinha passado o Inverno na ilha. 12Aportámos a Siracusa, onde ficámos três dias 13e, de lá, contornando a costa, chegámos a Régio.No dia imediato, levantou-se o vento sul e, em dois dias, alcançámos Putéolos, 14onde encontrámos irmãos, que nos convidaram a passar sete dias com eles. E assim é que fomos para Roma. 15Os irmãos desta cidade, prevenidos da nossa chegada, vieram ao nosso encontro até Foro de Ápio e Três Tabernas. Paulo, ao vê-los, deu graças a Deus e cobrou ânimo. 16Quando entrámos em Roma, Paulo foi autorizado a ficar em alojamento próprio com o soldado que o guardava. 17Três dias depois, convocou os principais dos judeus e, quando estavam todos reunidos, disse-lhes: «Irmãos, embora nada tenha feito contra o povo ou contra os costumes paternos, fui preso em Jerusalém e entregue às mãos dos romanos. 18Estes, depois de me terem interrogado, queriam libertar-me, por não haver em mim crime algum digno de morte. 19Mas, como os judeus se opuseram, fui constrangido a apelar para César, sem querer, de modo algum, acusar o meu povo. 20Foi por este motivo que pedi para vos ver e falar, pois é por causa da esperança de Israel que trago estas cadeias.» 21Eles responderam-lhe: «Nós não recebemos da Judeia carta alguma a teu respeito, e não chegou aqui nenhum irmão que contasse ou dissesse mal de ti. 22Desejamos, porém, ouvir da tua boca o que pensas, pois, quanto à seita a que pertences, sabemos todos que, por toda a parte, encontra oposição.» 23Marcaram, então, o dia e vieram ter com ele, em maior número, ao seu alojamento. Desde a manhã até à tarde, Paulo não cessou de lhes dar testemunho do Reino de Deus e procurou convencê-los do que diz respeito a Jesus, invocando a lei de Moisés e os Profetas. 24Alguns deixaram-se persuadir com as suas palavras; outros, porém, mantiveram-se incrédulos. 25Estando em desacordo uns com os outros, começaram a separar-se. Paulo apenas disse estas palavras: «Com razão falou o Espírito Santo a vossos pais, pela boca do profeta Isaías, dizendo: 26Vai ter com esse povo e diz-lhe: Ouvireis com os vossos ouvidos, mas não compreendereis; vereis com os vossos olhos, mas não percebereis. 27Sim, o coração deste povo tornou-se endurecido. Taparam os ouvidos e fecharam os olhos, não fossem ver com os olhos, e ouvir com os ouvidos, entender com o coração, converterem-se, e Eu curá-los! 28Ficai, agora, sabendo: esta salvação de Deus foi enviada aos pagãos que a hão-de escutar.» 29Depois de ele ter dito estas palavras, os judeus retiraram-se, travando entre eles animada discussão. 30Paulo permaneceu dois anos inteiros no alojamento que alugara, onde recebia todos os que iam procurá-lo, 31anunciando o Reino de Deus e ensinando o que diz respeito ao Senhor Jesus Cristo, com o maior desassombro e sem impedimento.
PISTAS PARA REFLEXÃO
1. Acolher é ir ao encontro. Paulo chega ao fim de uma longa viagem com as mais variadas peripécias, umas venturosas, outras nem tanto. Esta viagem está muito longe de ser turística. Não consta que Paulo tenha tirado selfies com os mais variados monumentos como cenário e tenha-as publicado no Facebook. O seu jornal de viagem não ficava gravado no Facebook mas nos corações das comunidades que ele ia visitando e fundando. Paulo é um peregrino que vive o seu ministério focado num objetivo que não é seu mas do Espírito. Ao longo da sua narrativa, São Lucas lembra-nos muitas vezes que o ator principal da história da Igreja é a açãoprovidencial do Espírito Santo. Paulo é um instrumento dessa energia e um servo da Palavra.
2. A Igreja acolhe o enviado do Senhor como o próprio Senhor. Paulo é acolhido pelos cristãos de Roma não como um velho amigo ou como um turista, mas como um Apóstolo e Servo da Palavra. O sinal disso está no facto deles não esperarem que ele chegasse a Roma mas foram ao seu encontro em dois grupos e a dois lugares distintos, certamente os mais vigorosos foram mais longe e os mais fracos foram até onde puderam. Muitas vezes assistimos a acolhimentos apoteóticos nos aeroportos por causa de uma taça ou de uma medalha perecíveis, mas não dedicamos um acolhimento entusiasmado a quem nos traz a Palavra da Salvação. Mostrar desejo de acolher a Palavra de Deus significa não deixar apenas que a Palavra chegue ao nosso encontro, é preciso ir ao seu encontro acolhendo o mensageiro: “Quem recebe um profeta por reconhecê-lo como profeta, receberá a recompensa de profeta” (Mt 10, 41); “Assim que entrardes numa casa, dizei em primeiro lugar: ‘Paz seja para esta casa!’ Se morar ali um filho da paz, a vossa bênção de paz repousará sobre ele” (Lc 10, 5-6).
3. O bom acolhimento dá ânimo ao servo da Palavra. O bom acolhimentoda Comunidade Romana fez com que Paulo recobrasse o ânimo, combatesse os adversários, acolhesse todos os que o iam visitar e anunciasse o Reino de Deus e ensinando o que diz respeito ao Senhor Jesus Cristo, com o maior desassombro e sem impedimento.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO PESSOAL
1. De que forma eu costumo acolher quem me visita?
2. Na última vez que a nossa comunidade acolheu alguém que a visitou em nome do Senhor, como é que foi acolhida?
3. Perante as dificuldades que nos são colocadas na evangelização, como tento manter o vigor do anúncio da Boa Nova?
QUESTÕES PARA O COMPROMISSO
1. Como é que o bom acolhimento se pode refletir no que nós próprios recebemos de quem acolhemos?
2. Como é que a nossa atitude acolhedora reflete o nosso desejo de receber a Palavra de Deus?
3. Como é que os Bispos, os Sacerdotes, os Catequistas e todos aqueles que são ministros da Palavra são acolhidos pelas nossas comunidades?
CÂNTICO
É tempo de ser esperança É tempo de comunicar, É tempo de ser testemunha de Deus Neste mundo que não sabe amar. (Bis)
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